Rick Davies: o coração pulsante do Supertramp silencia aos 81 anos
- fredijon
- 8 de set.
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Por Fredi Jon

O mundo da música se despede de Rick Davies, cantor, tecladista e cofundador do lendário Supertramp, que faleceu aos 81 anos, vítima de um câncer de medula. Sua morte marca o fim de uma era para uma geração que encontrou em sua voz grave, em seus arranjos sofisticados e na fusão entre rock progressivo e pop uma identidade musical única que atravessou décadas.
Nascido em 22 de julho de 1944, em Swindon, Inglaterra, Davies cresceu em uma família simples, apaixonando-se pelos teclados ainda criança. Em 1969, ao lado de Roger Hodgson, fundou o Supertramp, grupo que viria a se tornar um dos mais marcantes dos anos 1970 e 1980. Foi com ele que nasceram clássicos como Bloody Well Right, Goodbye Stranger, Take the Long Way Home e o icônico álbum Breakfast in America (1979), que vendeu mais de 20 milhões de cópias.
A força de um maestro discreto
Enquanto Hodgson representava a face mais lírica e espiritual do Supertramp, Davies era o alicerce sólido, o maestro pragmático. Sua voz rouca e profunda equilibrava a leveza quase etérea de Hodgson, criando uma das duplas mais inusitadas e poderosas da música. Quando Hodgson deixou o grupo em 1983, foi Davies quem manteve o Supertramp vivo, conduzindo novas formações e preservando a essência da banda.
O guardião do legado
Rick Davies também ficou conhecido por sua postura rígida em relação ao material do Supertramp. Durante muitos anos, proibiu que músicas e gravações originais da banda fossem compartilhadas livremente em redes sociais e plataformas digitais. Essa escolha, criticada por alguns, revelava o lado perfeccionista de um artista que prezava pelo controle e pela integridade de sua obra.
Silêncio e resistência
Nos últimos anos, Davies enfrentou uma dura batalha contra o câncer. Em 2015, cancelou uma turnê mundial para se dedicar ao tratamento, afastando-se dos palcos e mergulhando no silêncio. Ainda assim, sua música continuou ecoando em rádios, filmes, comerciais e, sobretudo, na memória afetiva de milhões de ouvintes.
A morte de Rick Davies não é apenas a perda de um músico. É o fechamento de um ciclo de uma geração que soube transformar o rock em poesia cotidiana, que fez da melodia uma ponte entre introspecção e grandiosidade. Seu legado nos lembra que a música não é apenas som: é memória, é convívio, é a trilha que acompanha nossas alegrias e dores.
Rick Davies partiu, mas o eco de suas canções segue presente — como um long way home que nunca se encerra.









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